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Parasita letra


É muita morte, muita esquina
Muito comédia, pouco divina
Enfeite para revista
O banquete do ativista
E se a jornalista Beatriz
Me vê e me diz
Que vai me levar, que vou ser feliz
Lá no alto véu, brados tão ardis
Meu Deus do céu, que palpite infeliz!

Pois se ela está no sétimo céu; eu estou no quinto círculo
A praguejar contra Deus, pra deleite midiático
Que ficam acima de mim, esperando o espetáculo
De eu morrer na contramão atrapalhando o tráfego
Me chovem lá do alto e eu no meu eterno túmulo
E quão aconchegante será este meu sarcófago
Uma trágica, mágica, lápide em um diário
E no noticiário eu vou ter uma face
Pois se Querô desconfiasse
Ou seu Plínio soubesse
Que navalha na carne
Não é na JBS
Mas no pobre que desce
Ou no BOPE que diz
Vai subir ninguém!
Pois lá em cima é o lugar de quem?
Não é o seu, meu bem!
Que só desce, desce, desce, desce
E o motivo todo mundo já conhece

Quem te excita? Quem te hesita?
Quem te assusta? Quem te assiste?
Quem te resiste?
Quem te existe? Quem te existe?
Quem parasita?

E muita morte pra passar pano
É pouca sorte pra fazer plano
E plano é patamar
É degrau pra se escalar
Em que plano você está?
Médios, baixo ou alto?
Cê tá com cara no céu ou tá com a cara no asfalto?
Cê faz plano de carreira ou plano de saúde?
Ou cê faz plano de vida dentro de um ataúde?
Você prefere fazer planos ou ficar no quase?
Ou planar sob a sorte como um Kamikaze?

Mas pra quê fazer plano se o futuro é incerto?
Se você tá sem grana, se cê tá no aperto
Se você tá sem fama, se tua vida é um parto
Se tu só tem a fome te batendo na porta

Ou você tem emprego
Você tem sucesso
Enfim tem acesso
Pro seu descarrego
Faça um regresso
Diga aí, meu nego!
Você tem apego
Pelo que é impresso?
Se só ter um emprego
Te deixou possesso
Como um réu confesso
Você vai ser pego
Não sou eu que engesso
O pensar pelego
Mas não peço arrego
Pelo seu progresso

E quando perde o emprego o velho boia fria
É empregado na cruz da burguesia
Então encontra o patrão que sempre sonhara
Levanta as mãos para o céu; é doença que sara!
O patrão é bonzinho, mas que sorte tão rara!
Tá tudo tão lindo! Da hora! Tá mara!
E o patrão, lhe tirando vida, sonho e tara
Te chacoalha um Baygon e dá na tua cara

Quem te excita? Quem te hesita?
Quem te assusta? Quem te assiste?
Quem te resiste?
Quem te existe? Quem te existe?
Quem parasita?

É muita morte para meu drama
É pouco norte pra minha trama
É filme pra minha lista
Bong-Jon-Hoo é tela à vista
E se a realista Beatriz
Me vê e me diz
Não foi desta vez, mas foi por um triz
Faço um escarcéu
O que foi que eu fiz?
Frite pastel, oh seu jovem aprendiz!

Nunca conheci quem tivesse levado porrada
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo

E eu, tantas vezes reles
Tantas vezes vil
Você viu no Instagram?
Você viu no Facebook?
Essa gente vencedora
Cada alma um novo look

Eu desvio do soco
De maneira vã
Observo a nova moda
Campeã
Sabe-se que o hoje
É o ontem de amanhã
E que realidade não é Instagram

Tem ninguém que entregue
Verdadeiras erratas
Nem ninguém que carregue
Essas culpas ingratas
Fazem pelo que segue
Pose de magnatas
E que meu olho cegue
Pra não ver passeatas
Que presente nos negue
Entre atos a atas
O mal que nos persegue
Sucessão de mamatas
Só De Falco no Reggae
Sem gentalha das natas
Pra levantar a Tag
Somos todos baratas

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